segunda-feira, 4 de junho de 2012

o circo

    Ontem levei a Laura ao circo!! Ela nunca tinha ido e eu não vou desde criança, quando ainda havia animais. Esta era a lembrança que eu tinha, ver de perto um elefante e ficar tensa até umas horas de ver a grade ser montada, frágil e saber que só ela me separava daquele leão que parecia faminto. Ah! E também de rezar pra nenhum palhaço ousar me chamar, porque não iria de jeito nenhum!
   Tenho um sentimento meio estranho quando penso em circo, acho que talvez por isso nunca tinha levado minha filha antes. Realmente não sei se procede totalmente, mas quando penso em circo me dá uma tristeza... e ontem aproveitei o longo espetáculo para digerir esta tristeza e tentar entende-la!
    Na minha análise é um misto de compaixão e respeito. Pessoal de circo trabalha muito! Percebi que as mesmas pessoas que vendiam a pipoca na entrada e desfilavam pelas cadeiras vendendo a china toda em forma de brinquedos eram as que mudavam de roupa rapidamente, para entrar no picadeiro e fazer o show! Isso sim é malabarismo! Naquelas duas horas que estive ali o que vi foi muita correria e empenho! 
    Nãos sei se é uma encanação minha, mas o que vejo naqueles rostos não é uma felicidade enorme de viver aquilo. São fisionomias pesadas, tristonhas, curtidas no talco, nas cordas que calejam suas mãos,  fisionomias que se desenham sobre ombros cansados de carregar todo peso da vida. Até quando sorriem depois de exuberante apresentação, no fundo dos olhos se vê uma opacidade de quem precisa sorrir....
   Legal o trabalho dos caras! Apresentações bacanas, criativas, bem executadas, bonitas. Devem treinar muito, muito, horas... devem se arriscar bastante também. Isso também me dá um certa encanação, pois não parece que tem um engenheiro responsável como o locutor fala no início do espetáculo! Pode até ter, nos grandes circos, não sei? Espero que tenha mesmo!
    Conversando com uma querida amiga ontem, a gente lembrava dos circos com animais e ela me disse: "Era muito triste..aqueles animais enjaulados pra lá e pra cá, magrinhos..da jaula pro picadeiro, da jaula pro picadeiro". Foi quando percebi que talvez esta vida tornasse aquilo meio down, pois as pessoas viviam assim, do trailer para o picadeiro, para a pipoca, para arquibancada, monta, desmonta, treina, treina, treina, pro trailer... 
   Concluindo, tenho muito respeito por aquilo tudo, mas não me deixa feliz, nem tão encantada como gostaria. Me deu vontade de esperar acabar e conversar com eles... saber da história deles, do cotidiano, família, sonhos... não deu, iam  começar outra jornada logo em seguida. 
       Foi o que vi por aí...

    

ps.: Não posso deixar de avisar que gasta-se muito também!!! 











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